top of page
Foto do escritorGilsom Castro Maia

A PRÁTICA ESPORTIVA COMO TRATAMENTO ALTERNATIVO PARA DEPRESSÃO.


Dados da Organização Mundial de Saúde de 2018 revelaram que há 332 milhões de pessoas com depressão no mundo, ou seja 4,4% da população global. Somente nos últimos 10 anos, houve um crescimento de 18,4% de novos casos de depressão e que em 2020 será a doença mais impactante no mundo.

Somente no Brasil, 5,8% da população brasileira sofre com algum tipo de transtorno depressivo.


O Brasil é também o país da América Latina com maior taxa de ansiedade, cerca de 9,3% da população, que se estende para quadros de síndrome do pânico, transtornos obsessivos-compulsivos, fobias e estresses pós-traumáticos.


O estado depressivo se diferencia do comportamento "triste" ou melancólico por ser uma condição duradoura de origem neurológica acompanhada de vários sintomas específicos.

A depressão é caracterizada por tristeza, baixa da autoestima, pessimismo, pensamentos negativos recorrentes, desesperança e desespero. Seus sintomas são, fadiga, irritabilidade, retraimento e ideação suicida. O humor depressivo pode aparecer

como uma resposta a situações reais, por meio de uma reação vivencial depressiva, quando diante de fatos desagradáveis, aborrecedores, frustrações e perdas.

Trata-se, neste caso, de uma resposta a conflitos íntimos e determinados por fatores vivenciais. A depressão está associada a uma alta incapacidade e perda social.


A depressão é atualmente considerada como uma das doenças mais devastadoras, mas o que pouca gente sabe é que aquele sentimento de tristeza profunda, dores no corpo, irritabilidade, atinge também atletas.


A prática de esportes e atividades físicas são duas grandes aliadas no tratamento complementar aos transtornos depressivos e da depressão.


Respeitando o nível de depressão do paciente, entendemos que quem está com uma depressão grave e não consegue ainda sair de casa, o esporte e a atividade física ainda não são coisas possíveis. Porém, quando a pessoa melhora um pouco com o tratamento medicamentoso e o acompanhamento do psicólogo, o ideal é já começar a fazer atividade física ou praticar um esporte.


Entre as hipóteses que tentam explicar a ação dos exercícios sobre a ansiedade e depressão, uma das mais aceita é a hipótese das Endorfinas. A teoria da endorfina sugere que a atividade física desencadearia uma secreção de endorfinas capaz de provocar um estado de euforia natural, por isso, aliviando os sintomas da depressão.


Essa idéia, entretanto, não tem consenso entre os pesquisadores. Alguns deles, por exemplo, preferem acreditar que o exercício físico regularia a neurotransmissão da noradrenalina e da serotonina, igualmente aliviando os sintomas da depressão.


Outra hipótese seria a cognitiva. De natureza eminentemente psicológica, a hipótese cognitiva se fundamenta na melhoria da autoestima mediante a prática do exercício, sustentando que os exercícios em longos prazos ou os exercícios intensivos melhorariam a imagem de si mesmo e, consequentemente, a autoestima.

O benefício da prática do exercício físico é fazer o cérebro liberar neurotransmissores e hormônios, como endorfina, serotonina e dopamina, que ajudam a pessoa a se sentir melhor.


A endorfinas promove a sensação de bem-estar e até diminui a dor, também conhecida popularmente como “hormônio da alegria”, que produz sensação de prazer e euforia. A endorfina é uma substância produzida naturalmente pelo cérebro que se assemelha à morfina. É um opioide endógeno que promove a sensação de prazer e é bom para a melhora do quadro depressivo.


Além da endorfina, a prática esportiva estimula o cérebro também a produzir serotonina e dopamina, dois outros neurotransmissores cujas quantidades no cérebro podem ajudar a aliviar os sintomas da depressão.


A dopamina, responsável por promover efeitos analgésicos e tranquilizantes.

A serotonina, um importante neurotransmissor atuante na regulação do humor e da temperatura corporal.


Além da parte química, a atividade física oferece oportunidades de envolvimento social, aumenta a qualidade de vida e a autoestima, e promove uma mudança no hábito cotidiano do doente, fator fundamental no combate à doença.



o principal obstáculo para a prática esportiva e atividade física está na motivação, mudar hábitos é difícil mesmo. Encontrar alguma atividade que gosta pode incentivá-lo e ajudar na motivação. Mas precisamos lembrar que a prática esportiva ou a atividade física que mais promove benefícios para a melhora do quadro depressivo é o trabalho cardiovascular.


A atividade física aeróbica começa a liberar endorfinas no corpo, em média, dentro de 15 minutos. Os primeiros minutos sempre serão os mais difíceis, mas ao passar esse tempo inicial, tudo tende a ficar melhor. Por isso, para que ocorra a liberação de substâncias que trazem o bem-estar, é preciso fazer atividade física ou prática esportiva com regularidade, no mínimo três vezes por semana.


Outro ponto em que a prática de atividade física e esportiva oferece é a melhoria na qualidade do sono, pois muitas pessoas que sofrem com depressão apresentam a insônia.

Após a atividade física, o corpo sente o cansaço. Por essa razão, há um relaxamento do cérebro. Assim, a mente passa a sentir uma necessidade natural de descansar e ajuda a garantir uma qualidade maior de sono.



Depressão em atletas


No caso dos atletas, principalmente os atletas de alto rendimento, o maior causador da depressão é a busca incessante por resultados e a frustração de não os alcançar tão rapidamente quanto imaginava.


Além disso, muitos atletas não se preparam para a pressão que passarão a sentir da torcida, técnicos, familiares, patrocinadores, redes sociais, sociedade, na rua, e de si próprios.

O resultado, dessa falta de preparação, são quadros de depressão que, se não tratados corretamente aos primeiros sinais, poderão desencadear outros problemas de ordem psicológica, e até mesmo o uso de drogas, na busca para aliviar a pressão sentida.


Os atletas de alto rendimento foram crianças, que na maioria das vezes perderam fases de desenvolvimento, importantes, da infância e adolescência, pois se mantiveram focadas no esporte e foram cobradas por resultados continuamente.


Nestes casos, eles se tornarão adultos mais carentes e frágeis no universo esportivo e social, existindo a necessidade de uma estrutura psicossocial e familiar que atue como força extra, para promover uma prática esportiva mais saudável a nível emocional.


​Estudos indicam que no meio esportivo a depressão cresceu de forma alarmante e alguns clubes ainda não enxergam a depressão como um mal a ser tratado. O resultado é a falta de um trabalho multidisciplinar ou transdisciplinar e de profissionais como psicólogos do esporte para trabalhar com os atletas.


O tratamento contra a depressão precisa ser constante e frequente.


Na área esportiva, é aconselhável que clubes invistam em profissionais da saúde mental, e psicólogos do esporte integrem a equipe do departamento médico do clube, fazendo um trabalho constante e profissional com os jovens atletas. Isso irá ajudá-los a fortalecer seus recursos emocionais e cognitivos e ensiná-los a suportar melhor às pressões e frustrações.


Infelizmente ainda existe, no esporte, uma grande banalização em torno da depressão e dos males que ela pode causar ao corpo e a mente do ser humano.

Assim, é fundamental que os clubes mudem seu pensamento em torno desta terrível doença e contribuam para a formação completa de seus atletas. Com eles saudáveis psicologicamente, seu rendimento esportivo será muito melhor.

As causas mais comuns da depressão nos atletas são:

· Personalidade do atleta,

· Ansiedade,

· Baixa autoestima,

· Fracasso,

· Lesão física,

· Mudanças de comportamento,

· Autocobrança,

· Problemas afetivos,

· Perda de prestígio ou da posição de titular,

· Baixo rendimento,


É possível identificar a depressão no atleta quando certos sintomas aparecem e permanecem por mais de duas semanas, tais como sentimento de:

· Falta de interesse e prazer nas atividades,

· Pensamento frequente na morte,

· Angústia/ansiedade,

· Abuso de álcool e/ou drogas.

· Insônia ou excesso de sono,

· Perda de apetite.


O treinador pode observar ainda sintomas como:

· Tensão excessiva,

· Raiva,

· Choro fácil,

· Irritabilidade e

· Somatizações.


Um atleta com depressão apresenta:

· Rendimento esportivo prejudicado,

· Desempenho abaixo da expectativa,

· Diminuição da dedicação aos treinos,

· Aumento da frequência de lesões,

· Isolamento em relação aos companheiros,

· Transtornos Mentais.


Tratamento da depressão em Atletas

· Tratamento medicamentoso.

· Psicoterapia.



Referências bibliográficas


https://www.programaviva.com.br/saude-tratamento/depressao/depressao-a-importancia-de-praticar-esportes/


https://www.psicologosberrini.com.br/blog/depressao-no-esporte/


Costa, R. A.; Soares, H. L. R.; Teixeira, J. A. C. Benefícios da atividade física e do exercício físico na depressão. Revista do Departamento de Psicologia - UFF, v. 19 - n. 1, p. 269-276, Jan./Jun. 2007.


Barbanti, E. J. A depressão no atleta. Educação Física em Revista ISSN: 1983-6643 Vol.5 Nº1 jan/fev/mar/abr – 2011.

11 visualizações0 comentário

Comentarios


bottom of page