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Fogo - fear of going out, Agorafobia e Síndrome do Pânico e suas semelhanças.

  • Foto do escritor: Gilsom Castro Maia
    Gilsom Castro Maia
  • 13 de jul. de 2020
  • 3 min de leitura

Um dia antes de sair de casa eu tive taquicardia não consegui dormir e fiquei muito ansioso. Minhas mãos transpiravam muito, tive dor de cabeça e me sentia inseguro e achava que ao sair de casa iria contrair o vírus. No caminho do mercado eu fiquei enjoado.

Mas quando cheguei lá tudo ficou bem.

Mas não foi fácil, nada foi fácil.


O receio de sair de casa é compreensível, uma vez que a recomendação para evitar o contágio pelo Sars-CoV-2 é o distanciamento social.

Com o relaxamento das medidas de isolamento social e a reabertura do comércio, que levou uma grande parcela de pessoas de volta às ruas, especialistas em saúde mental e neurociência alertam para o aumento de uma vertente da ansiedade: o Fear of Going Out (Fogo), um transtorno psicológico associado ao medo de sair de casa.

O medo de sair de casa é uma consequência da ansiedade, que está agravada ou se agravou durante a pandemia. Agora, com a pandemia, a rua se tornou um espaço potencialmente perigoso. Ou seja, foi acrescentado aos medos existentes o novo medo, que é a infecção pela Covid-19.

Esse medo ocorre e se agrava quando a pessoa tem algum evento estressante na rua, como um ataque de pânico.

A pandemia e o distanciamento social aconteceu de uma hora pra outra, em um momento que a sociedade não apresentava e nem tinha recursos psicológicos para enfrentar e entender esse momento tão peculiar e particular.

O medo de se expor é um comportamento de autopreservação e sobrevivência. No entanto, é preciso ter cuidado para o descontrole do medo, que pode gerar um sentimento patológico.

Existem diversas formas de se contornar a situação. Mas é preciso ficar atento, já que a ansiedade pode se agravar ou aparecer, principalmente em quem já tem tendência, levando à somatização.

A pandemia fez explodir os casos de ansiedade pelo medo do contágio e também pelas limitações nas relações sociais e lazer.

Por isso, se a pessoa está com um pânico, a recomendação é começar devagar. Em um quadro mais leve, exercícios de respiração (Mindfulness) e práticas contemplativas (Tai chi Chuan) ajudam. Já em cenário mais grave, procure um psiquiatra e um psicólogo e faço acompanhamento com os dois concomitantemente.


Transtorno de Pânico e Agorafobia

O transtorno do pânico e agorafobia são condições muito próximas. Dificilmente se diagnostica a agorafobia sem a coexistência do transtorno de pânico.

O transtorno do pânico: é uma doença psiquiátrica em que ocorrem crises de pânico recorrentes. Esse episódios de intensa ansiedade costuma durar segundos ou minutos.

Os sintomas são pensamentos rápidos, sensação de perda de controle sobre si, associado a fenômenos autonômicos, como palpitação, tremor, sudorese, mãos frias e úmidas. A associação da ansiedade com as alterações orgânicas citadas, geram muitas vezes, a ida a pronto socorro buscando auxílio médico, devido os sintomas serem parecidos com o de um infarto, acidente vascular cerebral, entre outras.

Agorafobia: é o medo de não conseguir sair, escapar de algum lugar ou apresentar dificuldade de conseguir ou pedir ajuda. Os lugares associados a agorafobia incluem, aviões, shows, elevador, entre outros. Diferente da fobia social que é o medo de exposição social, e de outras fobias simples, como medo de altura ou medo de avião, a agorafobia esta intimamente ligada ao transtorno do pânico.

A agorafobia é melhor compreendido como uma lente de aumento do transtorno do pânico.

Nos casos do transtorno do pânico com agorafobia, compreendemos uma pessoa que teme tanto a imprevisibilidade destas crises ansiosas que evita lugares onde, se houver pânico, terá dificuldade em alcançar e pedir socorro.

 
 
 

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