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Foto do escritorGilsom Castro Maia

4 ideias mindful

Atualizado: 21 de jun. de 2020

Treinar a atenção, treinar a calma, treinar a paciência. Olhar para o mundo e para si próprio com curiosidade. Entrar em contato, de forma gentil, curiosa e respeitadora, com os seus sentimentos e pensamentos. Quem não gostaria de poder fazer e de se permitir conseguir treinar esta forma de estar e de se relacionar consigo e com os outros? Por isso:


1 – Encontre a sua âncora.

No Mindfulness, a nossa âncora é aquilo que nos coloca no presente, no aqui e no agora, corpo e mente. Ou como costumo dizer – mente focada no momento presente. A mente divaga, naturalmente, para temas do passado ou para cenários futuros e a nossa âncora nos ajuda a trazer a mente para o presente, voluntariamente, sempre que o desejarmos.

Uma possível âncora no presente é a nossa respiração. Porque a respiração acontece no momento que se realiza a inspiração e a expiração, no “agora”. Não conseguimos prestar atenção à inspiração que aconteceu há 10 minutos ou à expiração que acontecerá dentro de 50 segundos.

Convide-se a reparar em que parte do seu corpo nota mais a respiração. Sente o peito expandir-se e contrair com a respiração? Sente o ar a entrar e a sair pelas narinas? Percebe a barriga que cresce e relaxa com a respiração?

Ter uma âncora no corpo permite ter um local específico para onde dirigir a atenção durante a respiração. E isso pode ser útil para encontrar alguma calma. Quando precisar sinalizar a importância da respiração, para se acalmar, por exemplo, pode dizer a si mesmo “Recorda que a tua âncora é a tua barriga! Coloca suavemente as mãos sobre a tua barriga e conta 5 respirações, reparando no movimento da tua mão sobre a barriga.”


2 – A sua mente costuma brincar muito.

Já reparou que a sua mente não para um minuto, está sempre brincando? Você está concentrado numa determinada tarefa e, de repente!!! A mente correu para outro local, tal como uma criança percorre agitadamente um espaço aberto, saindo do seu campo de visão.

a sua mente (os seus pensamentos) é como essa criança: é curiosa, gosta de explorar e nem sempre quer seguir as orientações que lhe damos. Muito semelhante quando dizemos a uma criança para sentar, por um segundo, e depois ela desata a correr e a brincar. Zangar-se com a criança apenas a assustaria, porque ela ainda não sabe dos limites e precisa de treino, repetições, para entender e ser obediente. Ela não faz por mal. Ela quer apenas descobrir o que a rodeia. Tal e qual o que a nossa mente faz.

Então, sempre que você perceber que os seus pensamentos fugiram para longe – como quando está a ver um filme no cinema e subitamente o pensamento voa para longe, se “desliga” e fica a pensar na loja que quer visitar em seguida ou na amiga a quem quer telefonar a contar as últimas novidades – se imagine a reconduzi-los gentilmente para o momento presente o “aqui” o “agora”.


3 – Pode ser gentil consigo próprio.

Frequentemente falamos de forma pouco gentil conosco. E o você poderá ter dentro da sua mente uma vozinha que lhe diz “Sou mesmo burro.”, quando não está conseguindo resolver um problema, seja ele qual for. Ou “sou medroso.”, quando não sente coragem para convidar uma pessoa para sair, falar em público, etc.

Quando falamos dessa forma mais rude e crítica conosco pode mesmo ser desagradável. A boa notícia é que podemos treinar conversar conosco de forma menos dura, podemos treinar enviar pensamentos gentis a nós mesmos. Podemos desejar sermos pacientes, sermos respeitadores, estarmos em segurança, por exemplo. E podemos enviar pensamentos gentis a outras pessoas, mesmo que elas não estejam presentes. Posso colocar a mão sobre o peito, desejar que o dia da pessoa querida seja divertido, imaginar o seu sorriso e boa disposição. E, depois, reparar como isso me faz sentir. Estar em contato com a minha experiência interna. Também podemos fazer uma pausa no dia e reparar em aspetos da nossa vida pelos quais estamos gratos. A nossa mente é muitas vezes especialista em reparar no que correu de menos bom naquele dia. Mas mesmo um dia “mau” esconde algo pelo qual podemos estar gratos… Podemos estar gratos pela família que temos, pelos colegas com quem trabalhamos, pela saúde que temo. Mas podemos estar, hoje, gratos por coisas “simples”. O sorriso de um amigo, um sorvete delicioso que se comeu, uma paisagem que se viu, as meias quentinhas que aqueceram os pés no dia frio…


4- Repare no que sente.

O Mindfulness ajuda a você ganhar uma maior consciência daquilo que sente e a dar nome ao que sente, conseguindo deixar na gaveta com mais frequência expressões como “Estou normal.” Ou “Estou bem/mal.”

Um ótimo treino em casa para treinar a consciência emocional é passar a ser como um detetive das emoções e reparar em que partes do corpo sente determinadas emoções. Por exemplo, poderá ganhar maior consciência de um sorriso no rosto quando se sente feliz ou de um aperto na barriga quando está nervoso.

O “truque” é sentir, reparar no corpo, fazer uma pausa e dar nome à emoção.

Depois de uma pausa (ancorada no presente – na sua âncora), dar nome à emoção e reparar como ela fala através do corpo nos permite – adultos e crianças – preparar para lidar com essa emoção de uma forma mais consciente e controlada, habitualmente de modo mais construtivo para nós e para os outros.

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