QUAIS OS TIPOS DE PERSONALIDADE

Três são as estruturas que compõem o psiquismo, id, ego e superego. O Id é a única estrutura com a qual o indivíduo nasce. O id é um reservatório de energia instintiva. Dela se deriva as outras duas estruturas psicológicas, o ego e superego. O id consiste numa estrutura psíquica 'exigente', repleta de desejos e pulsões e não é influenciada pelas demandas do mundo exterior, ou seja, a realidade. O id é movido pelo princípio do prazer.
Já o Ego é direcionado para a realidade e busca a satisfação das necessidades através de meios aceitáveis socialmente; logo, o ego se opõe ao id em relação ao princípio do prazer, pois o ego atua de acordo com o princípio da realidade. Por fim, o Superego é a consciência, a censura. Essa estrutura da personalidade é formada pelas leis e pelos padrões da cultura na qual o sujeito está inserido.
Vamos entender um pouco mais sobre Neurose, psicose e perversão
Para começarmos precisamos entender o que é personalidade: a personalidade é a qualidade ou condição de uma pessoa, é tudo aquilo que determina a individualidade de uma pessoa - temperamento, é a qualidade essencial e exclusiva de uma pessoa, aquilo que a diferencia de todas as outras pessoas – caráter, é a imagem assumida e projetada publicamente por alguém.
Segundo a definição adotada pela psicologia - É um conjunto de predisposições psíquicas que diferenciam uma pessoa e que estabelecem um padrão de resposta comportamental característica, e de certa forma previsível, que cada pessoa desenvolve como estilo de vida.
Na concepção da psicanálise, a nossa formação da infância – baseada no complexo de édipo – determina em qual das três estruturas nos encaixamos. E mais uma vez determina a estrutura psíquica de um indivíduo que jamais mudará.
Quais são essas três estruturas que determinam a nossa personalidade?
Neurose – é dividida em:
- Neurose de histeria (histriônica)
- Neurose obsessiva
Psicose – é dividida em:
- Paranóia
- Autismo
- Esquizofrenia
Perversão – Não possui divisão, mas possui, segundo Freud, várias formas de se manifestar. Uma delas seria o fetichismo.
E como saber a diferença entre “normalidade” e um transtorno (doença)?
A diferença para a psicanálise, está no grau, ou seja, as pessoas têm graus variados de sintomas ligados à sua estrutura psíquica.
Quanto maior o grau, maior vai ser o sofrimento do sujeito. O sofrimento derivado desses sintomas psíquicos, resultantes da estrutura mental é que leva a procurar tratamento psicológico.
Foi através dos sintomas que Freud viu a necessidade de compreender a formação, a função e a importancia do inconsciente.
Cada uma dessas estruturas – neurose, psicose e perversão, segundo Freud, tem um mecanismo de defesa específico.
O mecanismo de defesa nada mais é do que uma forma inconsciente que amente do sujeito encontra para lidar com o sofrimento que advém do início da formação da personalidade – no complexo de Édipo ou de Electra – no processo de castração, no início das regras sociais dos meninos e meninas.
· Neurose – o mecanismo de defesa é o recalque ou repressão – o conteúdo problemático é mantido em segredo, não somente para os outros, mas para o próprio indivíduo que sente. O neurótico guarda dentro de si o problema externo.
Para que os conteúdos fiquem recalcados ou reprimidos, a neurose provoca no individuo uma cisão da psique. Tudo que é doloroso é recalcado e permanece obscuro, causando sofrimentos que o indivíduo mal pode identificar, apenas sentir. Para não os identificar a pessoa passa a reclamar de outras coisas de sintomas que sente e não da causa.
Alguns sintomas da neurose são:
· Fobias.
· Ansiedade.
· Sensação de vazio e não pertencimento.
· Paranoia.
· Isolamento social.
· Apatia.
· Insônia.
· Pessimismo.
· Angústia.
· Melancolia.
No caso da neurose histérica, o indivíduo permanece dando voltas em torno de um mesmo problema insolúvel. É como se a pessoa nunca conseguisse encontrar a verdadeira causa de sua frustração/insatisfação, por isso as constantes reclamações. É possível identificar ainda uma busca constante por um objeto ou uma realização idealizada, na qual o indivíduo deposita aquela frustração recalcada, isso, logicamente, leva a mais frustrações e insatisfações.
Sintomas da neurose histérica
· Irritação fácil;
· Insônia;
· Dependência emocional;
· Câimbras e sensação de peso nos braços e pernas;
· Paralisias e dificuldade para movimentar os membros;
· Aumento dos batimentos cardíacos;
· Inchaço do pescoço;
· Sensação de falta de ar;
Na neurose obsessiva o indivíduo permanece também dando voltas em trono dos mesmos problemas. Nesse caso, no entanto, existe uma forte tendencia em organizar tudo ao seu redor. Essa necessidade de organização externa seria um mecanismo para evitar pensar nos problemas reais recalcados em seu interior. Na neurose obsessiva, a estratégia é tentar anular o desejo. Em relação ao desejo dos outros, o obsessivo trata de fazer calar o mesmo, reduzindo-o aos pedidos que o outro lhe faz. Dessa forma, o obsessivo pode ser muito solícito e gentil, atendendo a todas as solicitações, a fim de não deixar espaço para o desejo, que está por trás do que se pede. Ou então pode ser um sujeito “do contra”, opondo-se aos pedidos dos outros, achando que assim irá anular o desejo. Ambas são estratégias voltadas para o mesmo objetivo. Quanto ao seu próprio desejo, o obsessivo o mantém como impossível. O obsessivo protela suas atividades para fugir do desejo. Ou ainda se precipita, age impulsivamente, para não se responsabilizar pelos seus atos. Pode-se perceber, também, que o obsessivo não tem discurso próprio, estando sempre submetido à palavra do outro, a quem sempre obedece, mesmo fingindo se opor.
O obsessivo acredita na representação recalcada, acredita na auto-recriminação e é isso que lhe permite duvidar. Essa dúvida é também uma defesa contra a angústia e contra o afeto que se desloca de uma representação à outra. É muito importante que diferenciemos paranóia de neurose obsessiva. Na paranóia, a experiência traumática também acompanha um excesso de gozo que acarreta culpa. Porém, não há formação de uma auto-recriminação e nem seu posterior recalque. O paranóico não crê na auto-recriminação e a culpa é projetada em seus semelhantes. A culpa retorna sobre o sujeito sob a forma de acusações delirantes que são a base do delírio de perseguição. Portanto, como Freud nos traz, tanto a paranóia quanto a neurose obsessiva são patologias do pensamento, embora bem distintas uma da outra.
Na neurose obsessiva, a estratégia é tentar anular o desejo. Em relação ao desejo dos outros, o obsessivo trata de fazer calar o mesmo, reduzindo-o aos pedidos que o outro lhe faz. Dessa forma, o obsessivo pode ser muito solícito e gentil, atendendo a todas as solicitações, a fim de não deixar espaço para o desejo, que está por trás do que se pede. Ou então pode ser um sujeito “do contra”, opondo-se aos pedidos dos outros, achando que assim irá anular o desejo. Ambas são estratégias voltadas para o mesmo objetivo. Quanto ao seu próprio desejo, o obsessivo o mantém como impossível. O obsessivo protela suas atividades para fugir do desejo. Ou ainda se precipita, age impulsivamente, para não se responsabilizar pelos seus atos. Pode-se perceber, também, que o obsessivo não tem discurso próprio, estando sempre submetido à palavra do outro, a quem sempre obedece, mesmo fingindo se opor.
O obsessivo pode apresentar três formas de resistência. Duas delas estão relacionadas ao narcisismo – amor do eu por sua imagem. A Outra forma de resistência, proveniente do narcisismo, é a competição especular.
A neurose obsessiva parte de uma fixação da libido na fase anal (1 – 3 anos), quando a criança ainda não chegou ao seu período de escolha objetal, ou seja, está em sua fase autoerótica. Posteriormente, se o sujeito vivenciar uma experiência dolorosa, é bem provável que regrida à fase em que houve a fixação.
A interpretação do analista que aponta para o desejo inconsciente, incestuoso, proibido, vai de encontro à lógica do obsessivo, visto que atinge sua estrutura “mascarada”, revelando o desejo do sujeito. O analista deve, então, ter consciência da transferência para poder lidar melhor com ela. Ou seja, o analista deve estar seguro de que ocupa o lugar de objeto de desejo do sujeito.
Conforme Ribeiro (2011, p.16), “o encontro do sujeito com o sexo é sempre traumático e, na neurose obsessiva, é acompanhado por um excesso de gozo que acarreta culpa e autorrecriminação (sic)”. Sendo assim, o obsessivo entra em conflito com seu desejo – desejo esse que é o ponto principal da neurose obsessiva.
“O recalque incide sobre a representação do trauma e o afeto é deslocado para uma ideia substitutiva. Desse modo, o sujeito obsessivo é atormentado pela autorrecriminação sobre fatos aparentemente fúteis e irrelevantes” (ibid, p. 16).
Logo, o sujeito realiza um esforço enorme para negar o seu desejo e, após um intenso conflito psíquico, a representação original é recalcada, surgindo assim as representações obsessivas, que possuem muito menos intensidade que a original; mas agora estão supridas pelo afeto, que continua o mesmo.
Sintomas da neurose obsessiva:
Os sintomas são de tendências contraditórias – ou de natureza negativa, como proibições, penitências, ou satisfações substitutivas, em disfarce simbólico.
No comportamento: comportamento compulsivo, comportamento ritualístico, movimentos repetitivos, repetição persistente de palavras ou ações, acumulação compulsiva, agitação, hiperatividade, hipervigilância, impulsividade, isolamento social, repetição sem sentido das próprias palavras ou vício comportamental
No humor: ansiedade, apreensão, ataques de pânico, culpa ou descontentamento geral
Sintomas psicológicos: medo, depressão, narcisismo ou obsessões sexuais
Também é comum: aversão a alimentos, pensamento acelerado, pesadelos ou repetição incessante de pensamentos
O sintoma, em casos de neurose obsessiva, representa então o compromisso feito pelo sujeito de duas idéias contraditórias. Esse sintoma obsessivo se dá no pensamento desses pacientes, com o que Freud denomina inicialmente de ‘idéias obsessivas’ e depois de ‘pensar obsessivo’; nesses casos se estabeleceria então uma base de pensamento patológico, sendo muito comum os obsessivos ficarem presos por uma cadeia interminável de pensamentos.
O interessante é que os pacientes não conhecem, eles mesmos, o contexto verbal de sua obsessão; esta é protegida por deformações de conteúdo das possíveis tentativas conscientes para sua solução. Há também uma onipotência ligada à condição obsessiva, que se refere o fato de que esses pacientes acreditam que um ato seu tem o poder de causar mal e até matar outra pessoa, por isso a rápida medida defensiva que adotam, para evitar que isso ocorra; consideram, por exemplo, que um ato seu tem o poder de matar alguém, e que com um outro ato anulador ele pode impedir isso, ou seja, superestimam o efeito de seus pensamentos hostis em relação ao mundo externo.
A partir da publicação do DSM-5, manual diagnóstico e estatístico dos transtornos mentais, em 2013, os tipos de neurose foram desmembrando-se em diversos transtornos - transtorno depressivo, transtorno de ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo, transtornos dissociativos etc. - para melhorar o tratamento desses.
(Neuroses narcísicas: resultantes do conflito entre o ego e o superego. A pessoa sofre com sentimento de inadequação e exílio do mundo. A aparição desse tipo de neurose foi registrada na década de 50, no pós-guerra, época em que as pessoas estavam dominadas pelo pessimismo. A melancolia, por exemplo, foi definida por Freud como neurose narcísica, pois o melancólico não consegue se identificar com o outro.)
É através da análise que se pode “operar sobre a fantasia inconsciente do sujeito, modificar sua realidade psíquica, sua perspectiva de ver o mundo e seu modo de estar no mundo, muito além do sintoma.” (Ribeiro, M.A., 2006, p. 22)
· Psicose – o mecanismo de defesa dessa estrutura é conhecido como Foraclusão ou forclusão.
O psicótico encontra fora de si tudo que exclui de dentro, nesse sentido, ele colocaria para fora os elementos que poderiam ser internos. O problema para o psicótico está sempre no outro, no externo, mas nunca em si.
O psicótico acaba revelando, ainda que de forma distorcida, os seus sintomas e distúrbios, diferentemente de outras estruturas mentais.
Psicose é um transtorno mental que faz com que as pessoas percebam ou interpretem as coisas de maneira diferente das pessoas que as rodeiam. Isso pode envolver alucinações ou delírios.
A palavra psicose é usada para descrever condições que afetam a mente, onde houve alguma perda de contato com a realidade. Durante um episódio psicótico, os pensamentos e percepções de uma pessoa são perturbados e o indivíduo pode ter dificuldade em entender o que é real e o que não é. Os sintomas da psicose incluem delírios (falsas crenças) e alucinações (ver ou ouvir coisas que os outros não vêem ou ouvem).
Outros sintomas incluem discurso incoerente ou sem sentido e comportamento impróprio para a situação. Uma pessoa em um episódio psicótico também pode apresentar depressão, ansiedade, problemas de sono, isolamento social, falta de motivação e dificuldade de funcionamento geral.
As causas exatas da psicose não são bem compreendidas, mas podem envolver:
Genética – estudos mostram que a esquizofrenia e o transtorno bipolar podem compartilhar uma causa genética comum.
Alterações cerebrais – alterações na estrutura cerebral e alterações em certas substâncias químicas são encontradas em pessoas com psicose. Varreduras cerebrais revelaram redução da massa cinzenta no cérebro de alguns indivíduos com história de psicose, o que pode explicar os efeitos no processamento do pensamento.
Hormônios ou sono – a psicose pós-parto ocorre logo após o parto (normalmente dentro de 2 semanas). As causas exatas não são conhecidas, mas alguns pesquisadores acreditam que pode ser devido a mudanças nos níveis hormonais e padrões de sono interrompidos.
Transtornos correlatos
Às vezes, é possível identificar a causa do transtorno como uma condição específica de saúde mental, como:
Esquizofrenia – uma condição que causa uma série de sintomas psicológicos, incluindo alucinações e delírios
Transtorno bipolar – uma condição de saúde mental que afeta o humor; uma pessoa com transtorno bipolar pode ter episódios de humor baixo (depressão) e altos ou humor exaltado (mania).
Depressão grave – algumas pessoas com depressão também apresentam sintomas de psicose quando estão muito deprimidas.
O transtorno também pode ser desencadeado por:
· uma experiência traumática
· estresse
· uso indevido de drogas
· uso indevido de álcool
· efeitos colaterais da medicação prescrita
· uma condição física – como um tumor cerebral
Vários distúrbios podem exibir sintomas psicóticos, incluindo:
Esquizofrenia – um distúrbio sério de saúde mental que afeta a maneira como alguém se sente, pensa e age. Os indivíduos acham difícil distinguir entre o que é real e o que é imaginário.
Transtorno esquizoafetivo – uma condição semelhante à esquizofrenia, que inclui períodos de distúrbios do humor.
Transtorno psicótico breve – os sintomas psicóticos duram pelo menos 1 dia, mas não mais que 1 mês. Muitas vezes, ocorre em resposta a um evento de vida estressante. Depois que os sintomas desaparecem, eles podem nunca mais voltar.
Transtorno delirante – o indivíduo tem uma forte crença em algo irracional e muitas vezes bizarro, sem base factual. Os sintomas duram 1 mês ou mais.
Psicose bipolar – os indivíduos apresentam sintomas de transtorno bipolar (altos e baixos intensos de humor) e experimentam episódios de psicose. A psicose ocorre mais comumente durante as fases maníacas.
Depressão psicótica – também conhecida como transtorno depressivo maior com características psicóticas.
Pós-parto (também chamado de pós-natal) psicose – uma forma grave de depressão pós-parto.
Psicose induzida por substâncias – incluindo álcool, certas drogas ilegais e alguns medicamentos prescritos, incluindo esteroides e estimulantes.
Com relação ao pensamento, no psicótico acontece o que podemos chamar de clivagem, isto é, o pensamento delirante primário não se reprime nem fica embutido, o que o possibilita agir com uma normalidade aparente. Como seu pensamento é prisioneiro, ele não possui o prazer de pensar nem liberdade e autonomia para elaborar novos pensamentos (ALBUQUERQUE, 1995). Por isso o psicótico tem dificuldade em criar metáforas (conotações secundárias, no sentido figurado); aquilo que ele escuta é interpretado de forma literal. Se um paciente psicótico ouve falar que a cabeça de alguém está "cheia de lixo", vai entender que o crânio dessa pessoa se encontra repleto de objetos sujos. Pode ser que ele até fique angustiado por não poder retirar esse "lixo" de lá. O psicótico não tem capacidade de abstrair.
Intrínseco ao pensamento, encontramos os afetos que também não são típicos. Ao psicótico não é permitido experenciar os sentimentos genuínos que vivencia. Na psicose incide, portanto, uma interdição no registro da 'nominação dos afetos', tornando-os sentimentos, o que não possibilita nomear adequadamente as vivências cuja causa esteja relacionada à significação ausente (ALBUQUERQUE, 1995).
Além do pensamento e do afeto, o profissional precisa estar atento ao contexto em que o psicótico está inserido, principalmente no que se diz respeito a sua família, que, num aspecto mais amplo, apresenta "características psicóticas" como a clausura. Elas são fechadas, possuem um mundo próprio e desfavorecem as regras e o que é dito no meio social, ou seja, tais características impedem uma interlocução sadia do sujeito com o que é diferente, com estímulos derivados do campo não familiar que poderiam oferecer certa autonomia e liberdade. Desse modo, tais observações nos permite considerar a possibilidade de uma "transmissão" da psicose entre os membros que compõem a família (ALBUQUERQUE, 1995).
Na paranoia trata-se do outro que o persegue. O sujeito sente-se perseguido, vigiado e até mesmo atacado pelo outro.
No autismo trata-se do outro que quase não existe. Isola-se do outro e foge da convivência e comunicação com o outro.
Na esquizofrenia o outro pode aparecer de inúmeras formas, o outro é o surto, um estranho, um monstro ou qualquer outra coisa. No caso da esquizofrenia, o que fica mais evidente é a dissociação psíquica.
· Perversão – o mecanismo de defesa é a denegação – a recusa de reconhecer um fato, um problema, um sintoma ou uma dor. Segundo Freud muitos indivíduos apresentam fetiches como algo que os traria apenas prazer ou até mesmo louvável, mas eles nunca falam sobre esses fetiches, eles aparecem de forma subsidiária a outra situação.
O termo borderline, em sua origem, remete a uma divisão, uma fronteira. Em linhas gerais, na psicanálise, trata-se da fronteira entre a neurose e a psicose. Esse é talvez um dos poucos aspectos consolidados e aceitos no período inicial das investigações.
O transtorno de personalidade borderline é caracterizado por um padrão generalizado de instabilidade e hipersensibilidade nos relacionamentos interpessoais, instabilidade na autoimagem, flutuações extremas de humor e impulsividade.
Quem sofre com uma organização de personalidade borderline costuma não saber exatamente quem é ou o que quer, portanto, sua identidade é menos definida.
O transtorno de personalidade borderline é frequentemente confundido com o transtorno bipolar. Embora sejam distúrbios psíquicos diferentes, o fato de ambos apresentarem alguns sintomas similares acaba gerando dúvidas e confusão no diagnóstico.
A bipolaridade é um transtorno afetivo marcado por fases determinadas de mania e depressão, com períodos que oscilam humor normal e episódios de humor alterado. Já o transtorno de personalidade borderline é complexo e duradouro. Ele permeia toda a vida do indivíduo, com variações de intensidade. Em alguns momentos ele se manifesta de maneira mais forte do que em outros.
O transtorno afetivo bipolar é um distúrbio psiquiátrico caracterizado por mudanças extremas no humor, que alternam crises de depressão e mania, indo do estado abatido ao eufórico sem nenhuma causa específica. Tal transtorno atinge cerca de 2% das pessoas no mundo inteiro.
O transtorno de personalidade borderline, por sua vez, é uma perturbação que leva os comportamentos ao limite, produzindo relacionamentos instáveis e atitudes arriscadas. Esse problema afeta 5,9% da população mundial.
Os transtornos são distintos, mas os sintomas são semelhantes. Em comum, eles apresentam manifestações como as mudanças no humor, carência afetiva excessiva, descontrole emocional, ansiedade, impulsividade, dificuldades de relacionamento, automutilação, choro, alterações do sono, comportamentos de risco, culpa, agressividade, irritabilidade, inquietação, compulsão, falta de moderação, tristeza e perda de interesse em atividades que antes davam prazer.
Para começar, o transtorno bipolar é um transtorno mental, enquanto o borderline é um transtorno de personalidade. No transtorno bipolar, o humor varia em dias, semanas ou meses, normalmente seguindo ciclos. No transtorno de personalidade borderline, as variações ocorrem repentinamente, em um tempo menor, geralmente em segundos, minutos ou, no máximo, em horas.
Outra diferença é que a instabilidade emocional do transtorno de personalidade é mais recorrente, pois, até mesmo a pessoa com episódio misto do transtorno bipolar, que mescla rapidamente episódios de depressão profunda e euforia extrema, é menos inconstante do que alguém borderline.
Quem sofre com uma organização de personalidade borderline costuma não saber exatamente quem é ou o que quer, portanto, sua identidade é menos definida. O bipolar, embora apresente oscilações comportamentais e mudanças bruscas no estado de espírito, tende a apresentar uma identidade mais sólida.

Qual a diferença entre ansiedade histriônica e o narcisismo