Resumo
Livros
Mulheres que amam demais
Hades: Homens que amam demais
Autor: Robin Norwood
Autor: Taty Ades
Eco e Narciso
Certa vez, Eco, uma ninfa dos bosques, havia ajudado Zeus a encobrir suas infidelidades, e por castigo, dessa cumplicidade com Zeus, Hera lançou sobre a ninfa uma maldição: Eco se tornou incapaz de usar a própria voz, exceto para repetir as palavras dos outros. Inutilmente, ela seguia Narciso pelos bosques. “Me deixe em paz!”, ordenava o egocêntrico Narciso, e Eco respondia apenas: “Paz...paz...paz...” Sem jamais conseguir declarar seu amor com palavras próprias, Eco acabou se esvanecendo de tristeza: o corpo desapareceu e restou apenas a voz, condenada a repetir sons alheios.
Hefesto e Afrodite / Ares e Afrodite
Talvez o caso mais conhecido na mitologia grega, sobre homens que amam demais seja o amor de Hefesto (Vulcano) por Afrodite (Vênus) ou Ares (Marte) por Afrodite (Vênus).
Afrodite era a deusa da beleza e do amor sexual. Ela havia nascido no mar, e sua beleza era superior à de qualquer criatura. Todos que a viam, deuses e mortais, ficavam impressionados com a sua beleza e ela sabia disso. Esse é um dos motivos pelos quais ela era muito vaidosa.
Hefesto, deus do fogo, era um dos que amava Afrodite secretamente, filho de Zeus e Hera, deuses dos deuses, era o oposto de Afrodite, pois era feio, cocho e corcunda, e devido a sua aparência ele foi rejeitado e expulso do Olimpo pela própria mãe.
Hefesto por ter sofrido a humilhação e abandono pela mãe decidiu se vingar e prendeu Hera em um trono mágico que ele criou e para soltá-la fez um acordo com Hera e Zeus que Afrodite se casaria com ele. Depois do casamento Hefesto fez de tudo para ganhar o amor de Afrodite. Passou dias e noites se dedicando a criar joias e fazendo tudo para agradar Afrodite. Mas pelo contrário ela se distanciava cada vez mais dele. E passou a traí-lo com Ares, deus da guerra, da violência e da virilidade masculina, diferentemente de Hefesto, Ares era bonito, tinha uma fraqueza por mulheres, nuca passava pelo incomodo de ter que conquista-las, simplesmente as tornava suas mulheres.
Quando Ares conheceu Afrodite, começou a agir de forma diferente e ele passou a cortejar no lugar de ser cortejado. Enchia Afrodite de presentes e surpresas para ganhar o amor da deusa.
A história é longa, para concluir, Hefesto descobriu a traição de Afrodite com Ares e decidiu se vingar, como sempre pensava em vingança, decidiu pegar os dois durante o ato sexual e expô-los na frente de todos os outros deuses.
Do amor de Ares e Afrodite nasceu Eros (Cupido), o deus do amor, da paixão desenfreada.
Essa paixão condiz de inúmeras formas com o que é identificado por amor patológico. Em certos momentos é uma forma pura, inocente e alentadora, e, em outros, destrutiva, vingativa e cega, desprovida de senso verdadeiramente amoroso.
Mulheres ou homens que sofreram abandono ou violência dos pais na infância e por não terem conseguido controlar seus pais e sus atos ou não terem recebido um olhar mais significativo de suas mães, tentam na vida adulta controlar seus parceiros (as) amando-os (as) demais, esquecendo de si mesmos (as).
Essas mulheres ou homens buscam no outro individuo um olhar de atenção, de modo que a projeção do seu amor é tão intensa e desequilibrada que causa no outro o que elas (es) mais temem, a rejeição e o abandono. Tendem a atrair pessoas iguais a elas (es), e os seus relacionamentos são com parceiros(as) com baixa autoestima, que também precisam do olhar do outro para existir, atraindo mulheres ou homens ciumentas (os), possessivas (os), controladoras (es) ou histéricas (os), para afirmar ou reafirmar sua condição existencial. Já que o que está fora, está também dentro de nós.
O padrão obsessivo das mulheres ou homens que amam demais pode ter iniciado na infância, e se prolonga na pela vida adulta. Dito isto compreendemos que o que sentem não é amor demais, mas baixa autoestima e necessidade de valorização através do olhar do outro, sobre si mesma (o), por isso tentam se fazerem necessárias (os), buscando controlar seus afetos mais significativos.
Uma família que não consegue estabelecer um diálogo para discutir os problemas que pertencem as particularidades de cada indivíduo que a compõe, são ou podem ter lares desajustados.
Podemos entender que uma família desajustada, é aquela em que seus participantes apresentam um comportamento inflexível e onde a comunicação ou é deficiente ou não existe entre os membros da família.
Quando uma família nega a realidade, ela passa também a negar a sua própria existência, pois entender e analisar os problemas do cotidiano que ocorrem com seus indivíduos e entre eles é um norteador para um enfrentamento sadio das crises existentes ou as que possam vir a existir.
Mulheres ou homens que amam demais e que tem obsessão por cuidar demais de alguém, podem ter sido geradas em famílias que possuíam algum tipo de problema emocional.
Crianças que assumiam as responsabilidades da casa, que faziam muitos esforços para manter os pais unidos criavam uma ideia errônea de uma super coragem que através dela poderia manter o casamento dos pais.
Este complexo de heroína ou herói não é saudável, pois a carga é muito pesada para uma criança. E gera um grau muito grande de impotência pois mesmo através da sua ação, ela não vai ter a atenção que deseja dos pais, mas sim um relacionamento de dependência.
O peso da responsabilidade das obrigações do lar e da manutenção do relacionamento dos pais ajudava a esquecer o abandono e aliviava a dor da falta de atenção e proteção.
Essas crianças, carregando fardos maiores que a sua idade emocional cria um descompasso e quando tornam-se adultas repetem esta situação, onde elas são as supostas responsáveis por fardos dos seus parceiros (as).
Mulheres ou homens que amam demais sempre tem a necessidade de se tornar a provedores emocionais nos seus relacionamentos, principalmente com seus parceiros (as).
Elas (es) desejam e estão sempre dispostas (os) a arcar com a responsabilidade do parceiro (a), com o objetivo de cuidar do outro como se ele fosse incapaz.
Quando o parceiro (a) é infiel e ela (e) sabe, procura sempre se distrair com outras ocupações, e ao mesmo tempo fica calma (o), tomando forças para voltar ao seu jogo. Mas sempre se responsabilizando e se culpabilizando por tudo de errado que acontece no relacionamento.
Geralmente as pessoas tendem a procurar parceiros com as características dos seus pais, buscando comportamentos mais próximos do seu ambiente familiar, pois já conhecem as regras e com isso acreditam, inconscientemente, que seus mecanismos de defesa de manipulação e de jogo vão ser facilitados.
Quanto mais problemas na família existiam durante a sua infância, mais poderosa é essa dinâmica.
E iniciado esse processo dificilmente ele será abandonado, acontecerá uma sequência, quase interminável, de repetições de relacionamentos conflitivos, pois estão imersos fatores emocionais muito profundos e inconscientes.
Essas mulheres ou homens apresentam em suas relações comportamentos como grande necessidade de controlar, ajudar e apoiar seus companheiros (as), ciúmes exagerados, perda de controle emocional, enorme sofrimento e grande tristeza.
Essas mulheres ou homens carregam feridas levando-as (os) a distorcerem sua autoimagem, sua identidade de modo a prejudicarem sua relação com o masculino e o feminino e com o seu funcionamento, deixando de serem elas (es) mesmas (os) para focarem suas vidas no seu parceiro (a), vivendo em função dos mesmos, do bem estar e satisfação deles, se esquecendo de sua auto-realização e identidade, na vivencia de um amor incondicional, em uma necessidade de se doarem sem limites, cuja busca de realização está sempre na satisfação do outro.
Essas mulheres ou homens apresentam além da baixa autoestima, uma desvalorização por sua integridade pessoal na relação amorosa, tentam concentrar toda a sua energia na tentativa desesperada de mudar o comportamento e sentimento de outras pessoas em relação a elas mesmas através da manipulação. Como as tentativas em transformar os seus pais durante a infância foram frustradas, elas (es) buscam oportunidades de transformar alguém em seus relacionamentos amorosos. Esse amor ocupa o lugar da afetividade desejada que fosse doada pelos pais, mas que não ocorreu (Norwood 2005, apud De Lima, 2006, p. 10).
“A dor do amor”, é a dor do laço que se rompe (Nasio, 2007).
As principais imagens que possuímos são as que fazem nascer um sentimento. Em alguns momentos só percebemos uma imagem exaltante de nós mesmos, em outros momentos só uma imagem decepcionante, que reforça o nosso amor narcísico ou que alimenta a repulsa por nós mesmos. E frequentemente uma imagem de submissão e de dependência em relação ao amado, o que nos provoca angústia.
Necessidades emocionais que não foram satisfeitas
Já levantamos a hipótese, anteriormente, de que as emoções e sentimentos dessas mulheres ou homens foram negados ou ignorados. Em lares onde existe muita briga, seja a violencia física, psicologia, moral patrimonial, verbal ou abandono, sobra pouco tempo para que a atenção seja direcionada para os filhos. Lares onde os pais mentem para os filhos e a mentira reina nos relacionamentos afetivos, as crianças apresentam, dificuldades para aguçar suas percepções e a desenvolver habilidade de confiar em si mesmas ou nos outros.
Lares onde existe abuso de álcool / drogas, comportamentos compulsivos em: comida, trabalho, limpeza, vício em jogos, regime em excesso, esportes, tv, dinheiro; violencia familiar, abuso sexual como: sedução e ou incesto; falta de diálogo, competição entre os pais, competição entre os pais com os filhos, alienação parental, problemas financeiros, separação ou falta de flexibilidade nas questões religiosas, são considerados lares desajustados, pois todos esses hábitos ou costumes dificultam o contato com os filhos.
Para suprir a falta de atenção quando criança, a mulher ou o homens se sente atraída (o) principalmente por pessoas que apresentam dificuldade nos relacionamentos devido comportamentos inflexíveis e melancólicos, tornando-se extremamente atenciosas (os) nos seus relacionamentos afetivos, pois acredita que vai cuidar dessa pessoa e inconscientemente suprir a sua falta.
As mulheres ou homens na verdade não se sentem atraídas (os) por essas pessoas, elas (es) são atraídas (os) pela identificação com a dor que o outro sente, e com isso tentam aliviar a sua própria dor.
Mulheres e homens que amam demais, através do seu amor tentam transformar pessoas carentes e problemáticas em figuras paternas afetuosas, na tentativa de corrigir o que deu errado no seu passado. Para mulheres e homens que amam demais, homens ou mulheres que não são carentes e cheios de problemas são chatos e desinteressantes.
Elas (es) fazem qualquer negócio para que o seu relacionamento não termine, pois tem medo de serem abandonadas (os) e acreditam que são incapazes de viverem sozinhas (os) se forem abandonadas (os), não apresentam habilidades emocionais para trabalhar o vazio que existe após o término de uma relação.
Exemplos de comportamentos que mulheres e homens que amam demais apresentam nos relacionamentos: direcionam toda a atenção para a pessoa amada, enfrentam qualquer problema para a satisfação do outro, descartando a sua própria satisfação (para ela (e) esse comportamento garantiria a continuidade do relacionamento e a pessoa amada se transformaria em tudo que ele queria que ele fosse), compram roupas de marca, cuidam da saúde e beleza do parceiro (a), financiam passeios e diversões caras, mudam de lugar e comportamento para satisfazer as necessidades e vontades do parceiro (a).
Mulheres e homens que amam demais não são amados (as), estão acostumadas (os) a essa falta de amor nos seus relacionamentos. Elas (es) possuem muita paciência, esperança. Fazem de tudo para contornar os problemas que surgem nos relacionamentos. Querem cada vez mais agradar as pessoas amadas, nunca é demais.
Elas (es) assumem todas as responsabilidades, culpas, falhas e erros nos relacionamentos, pois acredita que o relacionamento deva dar certo custe o que custar.
Na infância elas (es) não sentiam segurança, tinham medo do abandono, por isso apresentam uma necessidade muito grande de controlar seus parceiros (as), mostrando-se prestativa (o).
Seus pais não a protegeram na infância e a sensação de falta de segurança se transforma em ameaça, e pessoas que crescem em ambientes ameaçadores fazem de tudo para mudar essa situação na fase adulta, transformando a sensação de proteger na sensação de ser protegida, acreditando que dar segurança vai lhe trazer segurança.
Mulheres ou homens que passam por experiencias de abandono ou qualquer outro tipo de violência na infância tendem a criar um mundo fantasioso nos seus relacionamentos, trazendo sonhos de como poderia ser, no lugar de como realmente é. Seus parceiros (as) estão no universo do que ela (e) deseja, no universo das suas expectativas e não no universo do que o outro pode realmente corresponder ou oferecer.
Mulheres ou homens que amam demais criam um relacionamento de dependência viciante que somente pela presença do parceiro (a) ela (e) pode se satisfazer. Elas (es) perdem a habilidade de analisar outros aspectos da vida e lidar com eles. Esse relacionamento de dependência é uma forma de compensação, que tende a preencher o vazio, a dor, o medo e a raiva. Os comportamentos que elas (es) apresentam são os mesmos que uma pessoa viciada em álcool /drogas apresentam. Quando tentam largar o vício ou a dependência vão procurar outra forma de dependência ou vicio.
Mulheres ou homens que amam demais tendem apresentar dependência no uso de drogas, álcool, doces, carboidratos etc. elas buscam nessa dependência ou vicio, fugir dos seus sentimentos e preencher o vazio que se encontram. Outras formas de não entrar em contato com as suas emoções é direcionar toda a sua atenção nos outros, com isso foge de si mesma (o). Assim não encontrariam tempo de focar nos seus problemas, pois a resolução poderia ser dolorosa e elas (es) não apresentariam maturidade emocional para enfrentá-los. Provocando um distanciamento do seu self.
Mulheres ou homens que amam demais apresentam comportamentos instáveis, horas tristes demais, horas eufóricas demais e isso gera relacionamentos instáveis, pois para suprir essa instabilidade procura ter uma vida muito agitada.
Elas (es) confundem parceiros (as) instáveis com excitantes, imprevisíveis com românticos e imaturos com charmosos. Tudo isso na expectativa de cuidar deles (as) e fazer deles (as) o que elas (es) querem que eles sejam, só para se sentirem necessárias (os).
A mulher ou homem usa o sexo como forma de compensação, acreditando que o parceiro (a), que ela (e) considera carente, necessitará dela (e) e ela (e) poderá controlá-lo (a) e manipulá-lo (a).
As relações sexuais funcionam como uma válvula de escape para a mulher e o homem, mesmo sendo muito prazerosas, visto que as mulheres ou homens que amam demais não apresentam mecanismos para o equilíbrio íntimo, pois é só depois do ato sexual que elas (es) se sentem bem, acreditando que o bom sexo significa um bom amor. Se preocupam muito mais em dar prazer para o parceiro (a) do que para si mesmo (a).
Elas (es) acreditam que se entregar totalmente no sexo desperte o amor que está dentro do parceiro (a) e com isso esse amor seja direcionado para ela (e). Como se estes homens ou mulheres direcionassem esse amor somente para elas (es) e elas (es) somente para eles (as), como se nuca eles (as) tivessem sido amados (as). Todo o contato sexual é uma forma de tentar modificar seu parceiro (a).
Elas (es) acreditam que eles (as) foram prejudicados e que somente elas (es) poderiam compensá-los (as).
O sexo para as mulheres e homens que amam demais tem duplo sentido e função de alívio físico e ou emocional. Apresentando uma forma compensatória de trazer a mensagem aos parceiros envolvidos, de que a situação está bem e os dois se esforçam mais do que nunca para que o sexo seja muito prazeroso.
O sexo é uma das armas que ela (e) usa para manipular o parceiro (a), pois ela (e) considera essa manipulação excitante e sente-se bem quando realiza a sedução. Ela (e) procura homens ou mulheres sexualmente menos experientes. Confunde sempre ansiedade com excitação e amor, pois tem medo da aproximação sincera entre ela (e) e o parceiro (a) e cria o estresse para manter a distância.
Trazendo o conceito cultural (romeu e julieta) que o amor somente é verdadeiro quando se sofre por ele e quando realmente temos que conquistá-lo através do sofrimento e da dor.
Mulheres ou homens que amam demais desenvolvem mecanismos de defesas, por terem vivido em lares desajustados, e buscam relacionamentos instáveis para fazer uso desses mecanismos e se protegerem. Seus relacionamentos as alimentam como pessoas viciadas e as protegem da depressão.
Existe uma construção cultural que reforça o pensamento e o comportamento das mulheres que amam demais, onde o amor só pode ser conseguido somente através do sofrimento e da dor, esse pensamento é alimentado pelos filmes, novelas e músicas. Contribuindo para que mulheres que amam demais sejam levadas a agir pelo “amor” por razões sociológicas e culturais, onde experimentar o amor seria experimentar o sofrimento.
Mulheres ou homens que amam demais ao tentarem superar medos e angústias, jogam nos seus relacionamentos a possibilidade de preencher o vazio existencial e o medo de serem abandonadas mais uma vez ou de novo.
A possibilidade de superar a antiga dor registrada da infância, faz com que ela (e) volte na repetição nos seus relacionamentos, com o mesmo registro de um homem ou mulher imaturo (a) e inseguro (a), criando a fantasia de que ela (e) pode cuidar sempre dele (a).
Homens ou mulheres que preenchem os requisitos para ter relações com mulheres ou homens que amam demais são aqueles (as) com vícios em álcool, drogas, inseguros, depressivos, melancólicos, indecisos e compulsivos.
Mas também são homens ou mulheres que estão repetindo comportamentos aprendidos na infância. Apresentam as mesmas experiencias ou experiencias similares as mulheres ou homens que amam demais.
As mulheres ou homens que amam demais têm muito mais uma compulsão na vontade de controlar seus homens ou mulheres, do que serem realmente prestativas (os).
Isto preenche seu vazio interior. Mecanismos de negação da situação e de controle também são aplicados por ela (e) na relação. Nega a realidade, enxerga somente o que quer enxergar e usa a situação como forma de compensação para a sua descompensação interna adquirida por uma infância com traumas. Mas estes mecanismos de defesa são usados inconscientemente. As coisas acontecem, simplesmente.
A mulher ou homem pensa que através de seu amor consegue modificar o comportamento do seu companheiro (a), que de certa forma é compulsivo, inseguro, carente imaturo.
É necessário que se compreenda e se entenda que a negação não ajuda, mas encobre muitos sentimentos que necessitam serem trabalhados, que estão encobertos por máscaras do ego.
Mulheres ou homens que amam demais geralmente no intuito de preencher o vazio interno, buscam a companhia de homens ou mulheres que não lhes trarão paz, mas que darão muito trabalho a elas (es).
Estas fortes emoções geralmente fazem a compensação da depressão que sentem, nos intervalos das crises. Estas crises preenchidas pela atividade de brigas, de buscas, de discussões, podem também dar lugar a compulsões, como gula, álcool, drogas, anorexia, bulimia, roubo etc.
Pais com estas compulsões tem grande chance de produzirem filhos com as mesmas disfunções comportamentais, pois o trauma gerado em uma família desequilibrada pode comprometer na formação emocional da criança.
Então o sentimento gerado pela ingestão de drogas, seus distúrbios, sua dependência, são muito parecidos com a relação entre mulheres ou homens que amam demais nos seus relacionamentos.
A dependência se caracteriza em ambos, o processo de fuga da realidade, a inabilidade de tratar o assunto, e principalmente da necessidade de ajuda externa para resolver este problema.
Saiba que somos nós mesmos que atraímos estas pessoas, pois vazio interno é tão grande, que o preenchemos com o outro.
o amor, para os homens que amam demais, é sinônimo de sofrimento e destruição de suas vidas e as mulheres que eles tanto dizem amar se tornam objetos de devoção, obsessão e de uma necessidade de conquista doentia. Esses homens não amam para acrescentar e receber, até porque não percebem que estão doentes. Dessa forma, amam para podar a pessoa amada, controlá-la e, às vezes, até chegar à submissão total, entrando em um processo perigoso, compulsivo e muito destrutivo.
Todos possuem padrões de comportamento obsessivo compulsivo, repetindo em sua vida adulta cenas que vivenciaram quando crianças, e geralmente possuem laços familiares muito complicados e figuras maternais extremamente simbióticas ou ausentes demais.
Quais as principais características dos homens que amam demais:
- Baixa autoestima
- Segue um padrão de comportamento egoísta, mas inconsciente, buscando no amor uma forma de “preencher vazios” e não de troca. (comportamento que vem desde a infância, pois a repetição de padrões é muito nítida nesses homens)
- Ele ama desesperadamente e doa-se mais de 50%, ou seja, muito mais do que a parceira.
- Ele tem um histórico familiar de dependência química, abuso, negligência.
- Ele sente na ausência da mulher “amada” e “idealizada” uma abstinência igual a abstinência do viciado em cocaína, espasmos, dores no corpo, depressão, vontade de suicídio e a incapacidade de lidar com a perda.
- Ele preenche todo esse vazio da abstinência, colocando outra mulher em sua vida, mas essas mulheres são sempre problemáticas (um Hades acha uma mulher “normal” muito enfadonha e chata).
- Ele segue um padrão de comportamento que presenciou na infância e quer modificá-lo quando adulto, entrando num ciclo vicioso de amores destrutivos e sempre dizendo: “eu mudarei a mulher que amo”.
Existe um processo de “cegueira emocional “. E este comportamento pode provocar no homem ou na mulher consequências no seu relacionamento, como:
- Culpa
- Justificar a mulher que o trai ou que tem uma atitude antissocial como aceitável
Acreditar que ele é o único ser humano capaz de modificar a parceira
- Envolver-se em jogos doentios e perigosos (muitas vezes eles buscam a mulher amoral ou problemática demais)
- É importante ressaltar que, se a parceira não possuir padrões doentios, ela nunca ficará com um homem que ama demais, mas caso seja essa mulher doente também, haverá o processo simbiótico e a co-dependência, um processo aonde dois seres dependem do vício e dos problemas do outro para conseguirem seguir em frente.
O homem “saudável” faz de tudo pela companheira (o) que ele ama por querer ajudá-la (o) num processo saudável de reciprocidade. Já o homem de ama demais faz de tudo com o propósito de não perdê-la (o), pois essa mulher (homem) é vício e ele não quer cair na abstinência tão sofrida da separação. Esse “fazer demais do homem que ama demais é um fazer de tudo pelo outro para que o vazio dele seja preenchido num processo inconsciente. (o amor é dado em exagero como forma de sobrevivência).
Características ou Sinais de Mulheres que amam demais
1. Quando AMAR é sinônimo de sofrimento de dor;
2. Que ama mais o outro que a si próprio, vive em função do outro;
3. Gasta a energia a tentar mudar o comportamento do outro;
4. Envia Sms em excesso ao parceiro;
5. Tem Ciúme excessivo; Muitas vezes o ciúme é confundido com amor. São coisas distintas, o ciúme exagerado é o amor levado ao limite. É quando a emoção AMOR, se torna patológica.
6. Obcecado pelo parceiro, sufocam, não confiam, e estão permanentemente a controlar. Verificam bolsos, telemóvel, e-mail, quilômetros do carro, faturas de telefone e até movimentos do cartão de crédito, sempre na expectativa de encontrar uma prova;
7. Estar sempre a querer mudar o outro à sua imagem;
8. Oriundos de um Lar disfuncional, em que as suas necessidades emocionais não foram satisfeitas;
9. Não se aceita, o seu aspecto físico e características;
10. Os seus relacionamentos são sempre destrutivos; está constantemente em relações caóticas, instáveis dolorosas do ponto de vista emocional;
11. Não se valoriza nos relacionamentos, precisa ser sempre validado/reconhecido pelo outro;
12. Numa relação destrutiva, não é capaz de sair da relação sem depressão;
13. Utiliza o sexo frequentemente como manipulador ou mudar o parceiro
14. É atraído pelo perigo, dramas, intrigas, desafios, evitam relações equilibradas e confiáveis
15. Disposta a esperar, agradar cada vez mais, “prestativa”, mostrando-se útil. Há dependência do outro;
16. Possuem uma auto-estima perigosa, e no fundo acha que não merece ser feliz;
17. Necessidade extrema de estar num relacionamento, medo de ficar sozinho. Tem medo de ser abandonada, fazendo qualquer coisa para impedir o fim do relacionamento;
18. É super atenciosa, principalmente com pessoas aparentemente carentes, por não ter recebido um mínimo de atenção, tenta suprir essa necessidade insatisfeita através de outra pessoa;
19. Está disposta a arcar com mais de 50% da responsabilidade, da culpa e das falhas em qualquer relacionamento.
20. Como experimentou pouca segurança na infância, tem uma necessidade desesperadora de controlar seus homens e seus relacionamentos;
21. Está muito mais em contacto com o sonho de como o relacionamento poderia ser, do que com a realidade da situação.
22. Tem tendência psicológica, e com frequência, bioquímica a se tornar dependente de drogas, álcool e/ou certos tipos de alimento, principalmente doces.
23. Ao ser atraída por pessoas com problemas que precisam de solução, ou ao se envolver em situações caóticas, incertas e dolorosas emocionalmente, evita concentrar a responsabilidade em si própria.
24. Tende a ter momentos de depressão, e tenta preveni-los através da agitação criada por um relacionamento instável.
25. Não tem atração por pessoas (homens ou mulheres) gentis, estáveis, seguros e que estão interessados nela. Acha que esses homens “agradáveis” são enfadonhos. Gosta dos emocionalmente indisponíveis;
26. A dificuldade de voltar a relacionar e carregada de traumas que acabam a contaminação nas próximas relações.
27. Aterroriza a hipótese de ser abandonada por isso fará qualquer coisa para que a relação não termine.
28. São mulheres que sofrem com o amor excessivo em relação a maridos, noivos, namorados, filhos, amigos… A baixa auto-estima, em alguns casos pode desencadear relações patológicas e doentias. São relações frustradas inseguras com falta de companheirismo. Mulheres ou homens que não conseguem por um ponto final numa relação que já desgastada. Torna-se “doentio” e motivo de desespero de muitas pessoas. Mas há ainda outra situação que causa sofrimento, que é quando a relação termina por iniciativa do outro.
Homens que amam demais
1. Ama demais, pois se ama de menos (característica de quem teve um lar desajustado na infância);
2. Comportamentos de autoflagelo;
3. Envolve-se em relacionamentos doentios e sustenta-os;
4. O seu mundo gira em torno da pessoa amada;
5. Sensação de humilhação constante;
6. Perda de memória e concentração, dores físicas;
7. Possibilidade de depressões e ansiedade, pânico;
8. Pode perder casa, amigos, sente-se pequeno e sem ação;
9. Sensação constante de fragilidade, abandono;
10. Comportamento submisso ou dominador para conseguir alívio emocional.
Extraído dos livros:
“Mulheres que Amam Demais”, de Robin Norwood.
“Hades Homens que amam demais” de Taty Ades.
Gilsom Maia Psicólogo Clínico Psicólogo do Esporte
Trabalhos:
Psicólogo do Esporte Herkules Handebol
Psicólogo do Projeto Tempo de Despertar
Líder do Projeto Justiceiros
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