top of page
  • Foto do escritorGilsom Castro Maia

O NEUROFEEDBACK E O BIOFEEDBACK NA PSICOLOGIA DO ESPORTE

Atualizado: 22 de jun. de 2020



O grande diferencial entre atletas e atletas de alta performance ou rendimento é o domínio sobre os estados mentais. O cérebro é o último dos desafios, mais precisamente o que está na nossa mente.

Com o desenvolvimento das tecnologias, as barreiras de acesso ao comportamento encoberto aos poucos estão sendo vencidas.

O ganho trazido pelo Neurofeedback e o Biofeedback é a capacidade em permanecer, ao mesmo tempo, concentrados e relaxados.

Uma das maiores preocupações que o atleta e o técnico possuem é a queda de desempenho em momentos críticos dentro de uma partida ou campeonato. Uma grande quantidade de energia e motivação, além da concentração, são perdidas nestas situações.

O Neurofeedback e o Biofeedback são técnicas ou treinamentos que ajudam a manter a tranquilidade e, ao mesmo tempo, níveis elevados de concentração e ativação.

O Neurofeedback e o Biofeedback podem não ser os únicos caminhos, porém são os mais promissores para se conseguir a habilidade para evitar distrações (estado de quietude mental), em situações de pressão ou stress intenso durante uma competição ou partida.

NEUROFEEDBACK

O neurofeedback engloba um conjunto de treinamentos de dimensões da fisiologia (i.e., variabilidade cardíaca, resposta galvânica da pele, eletromiografia) para a promoção de mudanças específicas ou globais no modo de funcionamento do organismo.

O Neurofeedback estimula as habilidades naturais do cérebro regenerando e desenvolvendo suas potencialidades. Possibilita corrigir diversos distúrbios no funcionamento cerebral, por meio do treinamento, e é possível aprimorar e moldar o desempenho cognitivo, até mesmo as demandas emocionais.

O Neurofeedback, também é um facilitador para mudanças de padrões de comportamento, melhora do desempenho cognitivo como por exemplo diversos déficits, podendo avaliar grau de estresse, ansiedade, depressão, entre outros.

O objetivo da terapia de neurofeedback é desenvolver o autocontrole das suas ondas cerebrais. Treinando os comportamentos cerebrais para favorecer os aspectos psicológicos e cognitivos.

BIOFEEDBACK

Biofeedback é basicamente o processo em que podemos ensinar as pessoas como compreender e lidar com a influência de aspectos fisiológicos sobre seu comportamento.

Como os comportamentos que não estão necessariamente sob controle, que acontecem de forma involuntária, ou os comportamentos voluntários, mas que sua regulação passou a ser falha por algum motivo.

O biofeedback é uma ferramenta útil para modelar e instalar no atleta determinados repertórios de auto monitoramento e autocontrole a partir da propriocepção, a auto regulação.

NEUROFEEDBACK E BIOFEEDBACK NOS ESPORTES

Nos esportes, o biofeedback e o neurofeedback passaram a ser utilizados como ferramenta de intervenção no começo da década de 1980 e as pesquisas passaram a identificar a relação entre o funcionamento fisiológico e o aumento de performance.

Os aparelhos de biofeedback são de diversos tipos e são utilizados para mensurar diferentes comportamentos e respostas fisiológicas, que também não deixam de ser comportamentos, de modo geral representam um conjunto de alterações corporais as quais indicam determinados estados emocionais, como aumento da frequência cardíaca, aumento da frequência respiratória e aumento da condutividade elétrica da pele (respostas galvânicas), presentes nos estados de ansiedade.

Já os aparelhos de neurofeedback, são capazes de mensurar ondas cerebrais e regiões do cérebro que são ativadas de acordo com o tipo e intensidade de estimulação. Por exemplo, compreender quais áreas do cérebro de um atleta são ativadas e a intensidade das ondas cerebrais ao assistir uma gravação de uma derrota ou má performance competitiva. Nessas circunstâncias reside um dos pontos de partida para a utilização do biofeedback ou neurofeedback para melhora do desempenho esportivo, a Linha de Base.

Diferentes modalidades exigem preparos, estados fisiológicos e psicológicos diferentes. Existem modalidades que exigem alto nível de concentração e controle voluntário da frequência cardíaca e regularidade respiratória, onde é ensinado ao atleta a diminuir os níveis de ansiedade. Nessas modalidades o atleta é ensinado a isolar ao máximo a interferência de variáveis diversas do ambiente.

Já em modalidades mais dinâmicas, um dos pontos de trabalho pode ser voltado para o momento de intervalo. Neste intervalo de tempo, é exigido do atleta que diminua voluntariamente a frequência cardíaca e ao mesmo tempo consiga estar atento às instruções do seu técnico.

Os experimentos aplicados que envolvem o trabalho com essa tecnologia resultaram em scripts que servem como ponto de partida para o trabalho dos psicólogos do esporte em várias modalidades.

Os estudos que envolvem os repertórios de autocontrole e variáveis fisiológicas que interferem no rendimento esportivo e que fazem uso das técnicas de biofeedback e neurofeedback, são, e serão, um vasto campo de pesquisas, podendo promover uma interdisciplinaridade nas diversas áreas das ciências do esporte; educação física, medicina, psicologia e a própria psicologia do esporte.


Bibliografia

BLUMENSTAEIN, B., BAR-ELI, M., TENENBAUM, G. (2002). Brain and body in sport and exercise. U.S.A: Wiley.

MOREIRA, M. B., DE MEDEIROS, C. A. (2007). Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed.

SKINNER, B. F. (2003). Ciência e comportamento humano. São Paulo: Martins Fontes.

SKINNER, B. F. (2011). About behaviorism. New York: Vintage.

ARNS, M. et al. (2009). Efficacy of neurofeedback treatment in ADHD. Clinical EEG and Neuroscience, 40(3), 180-189.

BROWN, B. (1975). THE BIOFEEDBACK SYLLABUS: A HANDBOOK FOR THE PSYCHOPHYSIOLOGIC STUDY OF BIOFEEDBACK: Springfield: Charles C. Thomas Publisher.

PASKEWITZ, D.A.; ORNE, M.T. (1973). Visual Effects on Alpha Feedback Training. Science. 181 (4097): 360–363

96 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page